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Prefeitura capacita profissionais da saúde para a prevenção da tuberculose no povo Warao

Durante esta semana profissionais das equipes de Saúde da Família da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) participaram de capacitação sobre o Proj...

24/01/2025 às 12h18
Por: Redação Fonte: Agência Belém
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Foto: Ascom/Sesma
Foto: Ascom/Sesma
Durante esta semana profissionais das equipes de Saúde da Família da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) participaram de capacitação sobre o Projeto MIRA-TB, que incorpora tecnologias para o rastreamento e tratamento da tuberculose em Migrantes Internacionais, Refugiados e Apátridas (Mira). O projeto é desenvolvido em Belém por meio da parceria entre a Prefeitura e a Universidade de São Paulo (USP). “A parceria com Belém se dá pela existência de migrantes internacionais e refugiados no território, principalmente venezuelanos da etnia Warao e haitianos, que chegam de outros estados e acabam sendo diagnosticados aqui com a tuberculose”, explica o gestor do Projeto MIRA-TB e estudante da pós-graduação da USP, o enfermeiro Willie Bueno Bernardi, que está em Belém para realizar a capacitação. O gerente de Atenção Primária à Saúde da Sesma, Vítor Nina, destaca o trabalho que vem sendo desenvolvido com os indígenas venezuelanos desde 2017 com atendimentos pelos profissionais do Consultório na Rua, do Programa Municipal de Imunização e da Estratégia Saúde da Família com a criação da equipe de Saúde da Família Warao. “Muitas vezes eles já chegam aqui doentes e têm a situação agravada pelas condições culturais e sociais em que vivem. Nós fazemos os atendimentos e procuramos a melhor maneira de promover a saúde dessas pessoas respeitando suas especificidades culturais”, destaca Vítor Nina, médico da família e comunidade. Prevenção e telemonitoramento O Projeto MIRA-TB é desenvolvido por especialistas e estudantes de pós-graduação da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP. Além de promover o rastreamento e tratamento das pessoas que têm a doença ativa, o projeto visa instituir o rastreio e tratamento da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB), conhecido como Tratamento Preventivo da Tuberculose (TPT). Willie Bernardi esclarece que o TPT evita que indivíduos que têm contato com os pacientes adoeçam pela tuberculose e que a doença seja transmitida para mais pessoas. “Propomos não esperar que essas pessoas adoeçam e tenham um tratamento com doses diárias por seis meses, num total de 180 doses. Agora queremos fazer o tratamento quando elas estão com a infecção latente. Esse tratamento é com uma dose semanal por três meses, totalizando 12 doses”, detalha o enfermeiro. Além disso, o MIRA-TB está instituindo o Sistema de Telecuidado para Pessoas Acometidas pela Tuberculose (VDOT), um sistema de telemonitoramento que permite que os profissionais acompanhem o tratamento do usuário de forma remota. Segundo o gestor do projeto, as pessoas que são supervisionadas durante o período em que precisam tomar os medicamentos têm chances muito maiores de completar o tratamento. Capacitação das equipes da Sesma Durante toda esta semana foram realizadas capacitações com participação de profissionais da Sesma que lidam diretamente com o tratamento dos indígenas venezuelanos em Belém. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A técnica de enfermagem Mirla Celeste Borges, da equipe do Consultório na Rua, participou da capacitação na tarde desta quinta-feira, 23, na Estratégia Saúde da Família (ESF) Ver-o-Peso. Ela conta que há casos de indígenas que são diagnosticados com a tuberculose, fazem o tratamento e são curados. Mas, por questões culturais, muitos não seguem com a medicação e a recuperação fica mais difícil. “Esse projeto é muito importante para evitar que adoeçam e tenham que fazer o tratamento demorado. Para mim, esse tratamento preventivo é uma novidade e esperamos colocar em prática para evitar que venham a adoecer”, diz a técnica de enfermagem. Para a referência técnica de Tuberculose e Hanseníase da Sesma, Fabiane Oliveira, o desenvolvimento do projeto em Belém vem ao encontro do trabalho que a equipe da secretaria vem realizando junto à comunidade Warao. “Temos acompanhado os casos de tuberculose entre os indígenas e visto a dificuldade deles em seguir o tratamento longo por causa de seus costumes, a forma como lidam com as doenças e a vulnerabilidade de suas condições. Ter um tratamento preventivo é um grande avanço para manter a saúde dessas pessoas”, enfatiza Fabiane.
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