A Seresta do Carmo voltou com seu charme especial, após 20 anos de pausa, em evento gratuito promovido pela Prefeitura de Belém em parceria com o Banco da Amazônia (Basa).
Na noite desta sexta-feira, 24, a praça do Carmo foi palco da mais pura cultura paraense e brasileira com chorinho e samba.
Mostrando o diferencial da seresta, que não se prende apenas na parte musical, a programação iniciou com a palestra "Caminhos de Educação Patrimonial”, ministrada pelo historiador, pesquisador e fotógrafo Michel Pinho, no Teatro Popular Nazareno Tourinho.
Apresentações - A noite especial de shows iniciou com o grupo Charme do Choro que contou com um convidado especial, a referência do choro em Belém, Adamor do Bandolim. A história de Adamor é tão emblemática que o Dia Municipal do Choro em Belém foi instituído por lei no dia do aniversário do músico, 29 de maio.
O artista destacou a importância da Prefeitura retomar eventos como a Seresta. “A nossa cultura está sendo reativada. Sou muito grato e estou feliz de estar aqui, onde já me apresentei diversas vezes”, comentou Adamor.
O projeto da Seresta do Carmo iniciou em Belém no ano de 1983 e seguiu até 1985. Nas duas primeiras gestões do prefeito Edmilson Rodrigues, entre 1997 e 2004, a programação era constante na praça do Carmo. E 20 anos depois, a seresta é resgatada para levar cultura e lazer.
“É uma tradição de várias décadas, começou com o João de Paes Loureiro, secretário de Cultura do município na época. Por um tempo foi proibido o e nas minhas primeiras gestões, retomamos. Agora força total, a praça é do povo e poucas cidades do mundo têm essa potência cultural que Belém tem”, declarou Edmilson Rodrigues.
A noite de apresentações também serviu de espaço para o empreendedorismo, onde as mulheres do programa “Donas de Si”, que é promovido pela Prefeitura de Belém, puderam vender produtos diversos, como comidas e bebidas. Foi o caso da empreendedora Terezinha Oliva, 52, que estava vendendo comidas típicas.
“É uma oportunidade de estarmos demonstrando o nosso trabalho, de expor e levar a maior quantidade de pessoas, além de tirar um renda boa. Hoje estamos vendendo maniçoba, vatapá, arroz paraense e caldo de mocotó”, explicou.
A professora Teresa Coqueiro, 54, acompanhou as apresentações e destacou o resgate de eventos em locais públicos.
"Eu vinha sempre na seresta, era lindo. Tinha muita gente, bandas ótimas. Belém tava precisando ter de volta essa força cultural que estamos vendo agora. Essas ações populares precisam voltar e a prefeitura está de parabéns em ter essa iniciativa”, disse a professora.
O encerramento das apresentações foi com a sambista Socorro Jardim, que lançou o seu álbum Samba Afro-Amazônico, com oito canções assinadas por grandes compositores.