Postagens em redes sociais foram os principais elementos para que viesse à tona o suposto esquema de fraude do Enem envolvendo aluno do curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA), no campus de Marabá, sudeste do estado.
Segundo a Polícia Federal, ele teria realizado o exame no lugar de um parente e um amigo, ambos aprovados também no curso de medicina da mesma universidade. Os três são investigados na operação "Passe Livre".
"Ela contou que eles trocaram diversas mensagens no momento em que ele deveria estar fazendo a prova, o que reforça a suspeita de que, na verdade, ele foi aprovado sem realizar o exame", diz o delegado Ezequias Martins, de Marabá.
As investigações começaram há 20 dias, após denúncias. O caso envolve um aluno de medicina que cursa o sétimo semestre. Ele teria realizado a prova para um parente, em 2022; e para um amigo de longa data, em 2023.
O caso começou a ganhar repercussão na cidade no começo deste ano, após diversas postagens nas redes sociais do próprio aluno que teria feito a prova do Enem para os amigos. No perfil, ele mesmo conta que recebeu R$ 50 mil e revelou que teria feito prova do Enem para terceiros.
Segundo a PF, a suspeita é que o estudante do sétimo semestre teria usado identidades falsas para se passar pelo amigo e pelo parente, e realizar as provas do Enem. Não há confirmação de que ele teria recebido dinheiro para isso.
Nesta sexta-feira (16), foram realizadas buscas e apreensões contra os suspeitos. No entanto, não foram encontrados documentos falsos.
As provas dos envolvidos passaram por perícia, que revelou que as grafias dos suspeitos e as grafias na prova de redação são incompatíveis. A letra em ambos exames, de acordo com a investigação, apresenta semelhanças a do aluno de medicina.
Os três suspeitos prestaram depoimento à PF e depois foram liberados. Os jovens negam as acusações.
O g1 solicitou um posicionamento da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e aguarda retorno.