Dois músicos foram encaminhados à Seccional de Icoaraci depois de, supostamente, a Polícia Militar não ter gostado do refrão de uma das canções. O episódio ocorreu durante a apresentação da banda THC Hardcore, na madrugada de terça-feira (13) de carnaval.
À Redação Integrada de O Liberal, o vocalista da banda THC Hardcore, Eloi Martins, contou que a banda existe desde 2016 e que as canções do grupo já foram apresentadas em vários eventos. “Fomos chamados para participar de uma programação do circuito lá do carnaval de Icoaraci para tocar em cima de um trio elétrico e dividir palco com a banda Rancor, de Fastcore Nós tocamos um set reduzido, só de quatro músicas”, contou.
A banda THC Hardcore finalizou o show com uma música chamada "Skateboard, que está no YouTube e no Spotify. “E basicamente a Polícia Militar não teria gostado do refrão da música e veio na maior agressividade, na maior truculência. Eles não vieram para prender a gente. Eles vieram para me agredir. Tanto que, em diversos momentos, eles fizeram a gente descer do trio elétrico. E ficavam perguntando quem era o vocalista”, afirmou.
Diz o refrão da música: “e a corrupção? Vá se f...! O bando de político que é ladrão? Vão se f....; E as milícias também vão se f...! E as polícias também vão se f....!" Com medo do que poderia acontecer com ele, o vocalista foi embora. E, como ninguém informou o nome do vocalista, os militares, então, conduziram o guitarrista da banda THC Hardcore e o baterista da banda Rancor à Seccional de Icoaraci, alegando suposto desacato.
Eloi Martins disse que, depois de ouvir todo mundo, a delegada concluiu não ter havido crime. “Em momento algum a gente desacatou policial nenhum. A gente só tocou nossas músicas”, afirmou. “Foi uma vergonha o que aconteceu. Isso dá precedente para eles quererem parar outras bandas, outros músicos. Isso não pode se perpetuar. O que aconteceu com a nossa banda foi muito grave”, acrescentou.
A reportagem entrou em contato com as polícias Civil e Militar. Em nota, a Polícia Civil informa que os músicos foram encaminhados à Seccional de Icoaraci onde foi registrado um boletim de ocorrência, “que não gerou procedimento, porque não houve crime de desacato”.